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UM LIVRO SOBRE A INTOLERÂNCIA RELIGIOSA

Lula anuncia plano nacional contra intolerância religiosa

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou um Plano Nacional de Combate à Intolerância Religiosa e se comprometeu a enviar ao Congresso projeto de lei tornando mais rigorosas as punições à perseguição religiosa. Em ato pelo Dia da Consciência Negra, no Rio, o presidente reuniu-se no Rio com líderes religiosos - presbiterianos, católicos, umbandistas e judeus. Lula recebeu um documento que, entre outros pontos, pede punição a veículos de comunicação que pregam a intolerância religiosa. O senador Marcelo Crivella (PRB-RJ), bispo licenciado da Igreja Universal, apareceu de surpresa e assistiu à reunião. Ivanir dos Santos, babalaô (sacerdote da tradição iorubá), saiu do encontro satisfeito. - Foi muito bom. Saímos com a certeza de que o presidente vai elaborar um plano de combate à intolerância religiosa e um projeto de lei para ser enviado ao Congresso, em parceria com esse fórum de religiosos e reunindo os ministérios da Justiça, da Igualdade Racial, das Comunicações e a Casa Civil. Participaram Ivanir, mãe Regina do Bongbosê (filha e neta de africanos) e Pai Zezinho da boa Viagem, do candomblé; Mãe Fátima Damas, da umbanda; dom Antônio Duarte, bispo auxiliar da Arquidiocese do Rio; Marco Amaral, pastor da Igreja Presbiteriana; Sérgio Niskier, presidente da Federação Israelita. Ivanir abriu a reunião lembrando que em 1994 levou o então candidato Lula ao barracão de mãe Yá Nitinha, no Rio, e que o presidente na ocasião foi alvo de ataques da Igreja Universal pela visita. Todos os religiosos falaram. Dom Antônio, em nome da CNBB, manifestou o apoio da Igreja Católica aos religiosos de matriz africana na luta pela liberdade religiosa: - Todos reafirmamos nosso apoio à reivindicação, porque a diversidade e a riqueza religiosa é um fato incontestável. Mãe Beata de Yemanjá, emocionada, chorou ao pedir providências por "não agüentar mais ver seu povo massacrado". Religiosos pedem punição dura para veículos que estimulam a intolerânciaUma das reivindicações é que o governo proíba patrocínio de órgãos e estatais a veículos de comunicação que estimulam a intolerância. A carta também pede ao Ministério das Comunicações punição a esses veículos com multa e retirada da programação do ar. Crivella assistiu à reunião em silêncio. Segundo os presentes, o clima era de constrangimento. Ainda estavam presentes a senadora Marina Silva; os ministros Edson Santos (Igualdade Racial) e Orlando Silva (Esporte); Nilcéa Freire (Políticas para as Mulheres); e o governador em exercício, Luiz Fernando Pezão. A reunião, a portas fechadas, ocorreu no Centro Administrativo do Tribunal de Justiça, antes da inauguração de um monumento em homenagem a João Cândido, o Almirante Negro, na Praça XV. Ao ser anunciado como uma das autoridades presentes à inauguração, Crivella foi vaiado pela platéia.Depois da reunião, o pastor presbiteriano Marco Amaral destacou que sua presença como representante de "milhões de evangélicos que não se alinham com os absurdos praticados notadamente pela Rede Record e pela Igreja Universal". - Não queremos apenas tolerância, que pressupõe alguma intolerância; queremos que haja respeito. O cristianismo dialoga, é inclusivo e propositivo. Niskier destacou a importância do encontro: - Nós judeus sabemos o que é a intolerância. O compromisso do presidente dá mais consistência na luta pelo respeito e pela dignidade das religiões. Temos certeza de que não vai ficar só nas palavras. A proposta da comissão para o Plano de Combate à Intolerância Religiosa prevê a aplicação imediata da Lei 10.693, sancionada por Lula em 2003, que obriga as escolas públicas e particulares a ensinar História da África e Cultura Afro-Brasileira. E que a Secretaria Nacional de Segurança Pública oriente as delegacias de todo o país, como já acontece no Estado do Rio, para que cumpram efetivamente a Lei 7716/89, a chamada Lei Caó, que tipifica o crime de intolerância religiosa.

fonte: Oglobo

I MARCHA ESTADUAL PELA LIBERDADE RELIGIOSA E PELA VIDA DIA 21/01/2009

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21 DE JANEIRO – Dia Nacional contra Intolerância Religiosa

Mais uma vez o Povo do Àse Afro-Gaúcho se levanta para defender seus direitos.Já há muito tempo, a intolerância religiosa é pauta em todo o território nacional. Atrocidades tem sido cometidas em defesa de uma fé discriminadora, irracional e racista professada pelos seguimentos Neo-pentecostais e, sobretudo, pela da IURD (Igreja Universal do Reino de Deus) no Brasil afora, com o aval dos governos em todas as esferas. Desde 2003 discutimos a sacralização de animais em templos de Religião de Matrizes Africanas em virtude de Lei proposta por um Deputado evangélico na Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul. Conseguimos modificar tal Lei, excetuando da mesma os cultos e liturgias das Religiões de Matrizes Africanas. Defensores de Animais, insuflados por evangélicos, entraram com uma ADIN (Ação Direta de Inconstitucionalidade) e na esfera estadual perderam. A Lei desde então está no Supremo Tribunal Federal nas mãos do Ministro Marco Aurélio Mello que por covardia ou omissão não a coloca em Pauta. A partir daí, enfrentamos mais lutas na esfera municipal envolvendo castração e esterilização de animais, bem como enquadrando práticas religiosas como agentes de poluição e impacto ambiental, tentando imputar multas a quem fosse pego fazendo oferendas para as divindades. Conseguimos vencer! Agora iniciaremos mais uma batalha contra o racismo religioso imposta por mais um Deputado Evangélico que propõe um projeto lei para discutir a Lei do Silencio, tendo por argumentação “templos religiosos”, não bastasse a venda criminosa à burguesia de um dos nossos locais de realização de atos mais sagrados e populares, como as margens do Guaíba – no Estaleiro Só.Precisamos estar vinte e quatro horas por dia atentos, pois a todo o momento podem surgir novas leis e ataques ao Povo Afro Religioso, inclusive de agressões físicas, como já tem sido cometidas não só no Estado do RS, mas por todo o Brasil. Se não tomarmos uma atitude, o Brasil se tornará em um novo Afeganistão. Por isso, no dia vinte um de janeiro de 2009, TODOS devemos ocupar as Ruas da Capital e protestar contra o ódio religioso e o processo de demonização engendrado pelos Neo-pentecostais às religiões de descendência de um Povo milenar que construiu este País e merece Respeito!Vamos neste dia formar um Mar de Ojás (pano branco que cobre o Ori) nas Ruas de Porto Alegre!!A Marcha sairá do Largo Glênio Peres às 18 horas(concentração à partir das 16h), que iniciará com uma saudação ao Bará do Mercado, ganhará a Borges de Medeiros até o Largo Zumbi (19h30min), onde se realizará um ato pelo respeito à Territorialidade e Ancestralidade negro-africana e em memória dos quilombolas “assassinados” no Quilombo dos Alpes, vitimados pela violência racista e dali seguiremos até a Volta do Gasômetro onde o evento se encerrará com uma Saudação aos Orixás em uma grande roda, quando será entregue um presente aos Orixás das águas às 21h.CEDRAB-RS – Congregação em defesa das Religiões afro-brasileiras do estado do Rio Grande do Sul.
Babadyba de Yemonja