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Líderes religiosos de matriz africana e umbanda mobilizam adeptos e simpatizantes para o seminário dia 20 e caminhada no dia 21 de janeiro de 2012 em Porto Alegre
Sob o slogan Unidos seremos fortes, a 4ª Marcha Estadual pela Vida e Liberdade Religiosa pretende mobilizar grande número de adeptos e simpatizantes no dia 21 de janeiro de 2012, em Porto Alegre. O movimento, que teve início em 2009, reúne religiosos de matriz africana e umbanda da capital e do interior, além de convidados de diversas regiões do Brasil. Nesta edição, que homenageia Mestre Borel – Ancestralidade Negra, Babalorisa e Alagbe que faleceu em 2011 e que participou de todas as outras marchas, os participantes comemoram um importante avanço: o comprometimento do governo do Estado de atender reivindicações apresentadas dia 21 de novembro de 2011, em reunião no Palácio Piratini com o Governador.
No documento entregue ao governador Tarso Genro, os religiosos, lembrando que o Rio Grande do Sul é o estado que abriga o maior número de terreiros do Brasil, reivindicam o assentamento imediato de uma representação dos Povos de Terreiro no Conselho Estadual de Desenvolvimento Econômico Social – CEDES; a criação de um Conselho de Políticas Públicas para Povos de Terreiro, vinculado ao Gabinete do Governador, com o objetivo de pensar e construir ações afirmativas e políticas públicas; e a transformação da Coordenadoria de Igualdade Racial em uma Secretaria com estrutura para o desenvolvimento de políticas voltadas para o Povo Negro, sem deixar de incluir os Povos Indígenas. Quanto ao CEDES o assento já foi assegurado e as outras reivindicações estão tramitando.
A 4ª Marcha, terá uma extensa programação. Como no ano anterior será realizado um seminário e neste será lançado o Mapa da Intolerância Religiosa no Brasil – importante documento que visualiza o que vem sendo o mote desta manifestação e também terá o lançamento da Campanha “Democracia, Paz e Religião: Respeite! Promovida pela Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidencia da República, no dia 20 de janeiro no Auditório Dante Barone. Esta marcha se caracteriza contra a intolerância religiosa e o racismo, é promovida na capital gaúcha pela RENAFRO-SAÚDE-RS, com o apoio do Gabinete do Povo negro da Prefeitura de Porto Alegre, SINDISPREV e SINDISERF e tem na comissão organizadora as seguintes parcerias CEDRAB, GPUC-UFRGS, MNU/RS, AFRICANAMENTE, FORMA/RS, GT - AÇOES AFIRMATIVAS, CEUCAB, UNEGRO-RS, YAHYA PRODUÇÕES, ATRAI, ESTAF, EGBE ORUM AIYE, ILE AXÉ YEMONJA OMI OLODO.
A concentração inicia às 14h, em frente ao Mercado Público Central, com saída às 16h, Avança pela avenida Borges de Medeiros até o Largo Zumbi dos Palmares e de lá vai para a Usina do Gasômetro. No encerramento em frente ao rio Guaíba, são homenageados os orixás das águas.
Histórico
Motivada por diversas denúncias, a 1ª Marcha foi realizada em 21 de janeiro de 2009 - Dia Nacional de Mobilização Contra a Intolerância Religiosa, com a participação de 2.000 pessoas. Os organizadores entregaram ao Governo do Estado um documento reivindicando a implementação da Delegacia contra a Intolerância Religiosa e o Racismo. Protocolaram também uma ADIN - Ação direta de inconstitucionalidade contra a Lei 13085 de 5 de dezembro de 2008 - "Lei da Mordaça Religiosa”.
Caravanas de todo o estado mobilizaram-se para a 2ª Marcha, que integrou a programação do Fórum Social Mundial 10 Anos, em 2010, e teve a adesão de diversas organizações governamentais e não governamentais do estado e do cenário nacional. Foi uma edição que marcou com a campanha "Quem é de axé, diz que é!", preparando os adeptos para o Censo de 2010.
A criação de uma comissão inter-religiosa vinculada ao Gabinete do Povo Negro do Município, para dar conta de toda a demanda relacionada à intolerância religiosa, e a construção e implementação de políticas públicas para terreiros foram reivindicações da 3ª Marcha, em 2011. Um seminário precedeu a caminhada, com o objetivo de discutir o Plano Nacional de Combate à Intolerância Religiosa e o Estatuto Estadual, da Igualdade Racial, reunindo lideranças das religiões de matriz africana e do Movimento Negro de todo o país.
Nesta edição, retomar as reivindicações ainda em aberto, como a da delegacia Contra Intolerância Religiosa e realizar o seminário, é uma de suas metas de maior importância.
Redação: José Walter de Castro Alves – Reg. Prof. 4762
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